terça-feira, 28 de dezembro de 2010

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Metereologia

Chuva…
O frio até que nem me perturba muito… nada que uma camisola de lã e um bom casaco não resolvam. Agora, a chuva… não há quem aguente, e ainda começou a cair há tão poucos dias!
Outros têm a sorte de acordar com um manto branco de neve, por aqui, só mesmo as correntes que se formam quando chove mais um pouco (muito!).

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Espaço

O espaço aqui é tanto!… assim como o tempo. Parece que esta terra, que aos poucos se vai tornando minha (?) consegue colocar grandeza em tudo. Os meus olhos perdem-se no horizonte onde o sol se vai pondo dia após dia, em tardes, agora mais pequenas que as noites. O frio que agora sinto chama-me para casa. E como tenho saudades de casa. A minha casa!, qual aquário de um peixe (fora de água)…
Nas horas em que não tenho nada para fazer (como se fosse possível não ter nada para fazer!), tento enganar o tempo, para ver se ele passa sem deixar marcas.
Vou ler. Leio. Enquanto leio, ocupo-me dos problemas dos outros…

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Irónico

Hoje levantei-me mais tarde do que o costume. Tomei o pequeno-almoço e fiz-me à estrada (a pé!)… caminhei durante cerca de uma hora à procura de novos lugares nesta terra que já começa a ser minha. Entrei, ao acaso, na avenida que termina na estação dos caminhos-de-ferro e resolvi ir mesmo até ao fim da rua. Para meu espanto, deparo-me com uma pensão e, ou residencial chamada “o fim do mundo”. Flashback! Não poderia ter escolhido melhor nome!!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Soube-me a tanto!

Já passaram as horas intermináveis, já passaram as horas que souberam a pouco. Enfim regressei a uma normalidade que não escolhi, mas que acaba por se ir tornado nisso mesmo – normalidade.
Agora, num novo espaço, também eu sou novo… deixei o chão que me sufocou durante alguns meses… uma casa da qual não guardo boas memórias. Minto! Guardo as memórias dos meus cozinhados que, a muito custo de início, acabaram por ser a minha melhor e única companhia.

(P.S. Com eles, os cozinhados, consegui emagrecer 3 kg)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Outra vez o tempo

Por mais que me queira enganar, não consigo abandonar a ideia, nem que seja por breves instantes, de que o tempo passou, foi-se. Ironicamente, peço ao tempo que passe depressa, a correr… e depois, dou por mim a pensar no que podia ter feito e não fiz, no que podia ter dito e não disse, no que podia ter vivido e não vivi… como se não tivesse tido tempo suficiente para todas as coisas que poderiam ter sido e não foram!

Música destes dias...

Work...

I'm back to work!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Música para os meus ouvidos...


Fabulástico

Música

Hoje, dia internacional da música, a minha filha mais nova, depois de ter feito uma audição, entrou para a turma de piano do 5º ano do ensino de música articulado... Terá aulas de música no conservatório! Boa!!!!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago

Poema à boca fechada

Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.

José Saramago In OS POEMAS POSSÍVEIS

terça-feira, 15 de junho de 2010

A criança de peixoto

Enquanto não encontro a obra completa (esgotada em todo o lado!?), deixo aqui um poema desse livro que se adivinha magnífico, na esperança de que seja brevemente reeditado

vejo na minha caligrafia as escadas do meu destino.

vejo na minha caligrafia as escadas do meu destino.
aquela casa tão grande com um quintal de galinhas
a morrerem ciclicamente. as malvas entristecidas
em canteiros já sem esperança. e em cada estrofe de
estar sentado perante a paisagem, o poema único e final.
as mulheres arrastam as tardes pelos versos, como
lembranças a arder em todas as noites da minha vida.
quem pode esquecer as tardes, se os ramos das laranjeiras
eram inesquecíveis? cada palavra possui um palmo desse
quintal infinito.

a fruteira sobre a mesa da cozinha é sangue no poema.
o meu destino emparedou-se, e um destino é para sempre.
as minhas mãos estendidas são atravessadas pela luz
que mostra no ar a dança do pó. respondo tantas coisas aos
talheres guardados na gaveta.

chegam as vozes que nunca partiram. chegam os rostos
que sonho quando acordo de repente a chorar. agora,
és o homem da casa, disseram-me. e já não havia casa.

a mãe passa um ano, como as crianças que ainda brincam
numa rua imaginária passam as horas. mãe inocente
e humilhada pelo céu e pelas estrelas, pelos cães a ladrarem
ao longe, pelas mulheres a caiarem paredes, pelos sinos
que nos chamam e pela estrada do cemitério. mãe,
vida multiplicada, como se o teu corpo se rasgasse e a carne
fosse a terra e as palavras, e os ossos fossem os ramos das
laranjeiras e as palavras.

José Luís Peixoto in A criança em ruínas

terça-feira, 1 de junho de 2010

Música do dia...



"Só pode voar quem arriscar cair.
Só se pode dar quem arriscar sentir."

Esta música tem-me acompanhado nestes meus dias em que, sozinho, sonho convosco... Agradeço, por isso, à nossa Mafalda, por tornar os meus dias menos cinzentos e suportáveis perante a saudade que sinto de vós!
Filhas, um resto de dia feliz!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Noite

As noites agora parecem mais longas, não voltaram a ser as companheiras de andanças, nem a testemunhar confissões feitas ao luar, não voltaram… não há tempo… Vive-se durante o dia para se poder sobreviver à noite. E mesmo quando nada bate certo, a noite já não vem abrir os seus braços para nos acolher no seu regaço.

domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril

Nunca pensei passar o 25 de Abril em plena Grândola Vila Morena... alguma vez tinha de ser a primeira!!!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pensamento...

Angustia-me andar às voltas dentro de mim sem espaço para tudo o que em mim habita. Às vezes apetecia-me pôr o pensamento em standby para poupar a energia que em tantas horas me falha. Dou por mim a pensar – novamente o pensamento – “não penses mais nisso!” e depois penso em todas aquelas vezes que pensei e logo concluí que afinal não valia a pena ter pensado tanto… weird!

Tempo

Passou… passou algum tempo! Não escrevi. Talvez seja um bom sinal! A última semana de trabalho pré interrupção foi, realmente, mais preenchida. Por isso, não tive de pedir ao tempo que passasse. Passou, ponto.
As duas semanas em casa passaram a correr… não doeu, o tempo não me doeu, pelo contrário, atacou fugindo! Agora, uma vez de regresso a esta casa, espero que ele me ajude e corra e não doa devagar… há aqui, claramente, uma inspiração nas palavras da Mafalda Veiga – é que ela tem esse dom de cantar as coisas que sentimos e torná-las, as palavras, como se fossem nossas, como se fossemos nós a cantá-las… não percas tempo, que o tempo corre, só quando dói é devagar… e por aí fora!...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Não sou o único...

“ A Mafalda Veiga tem essa benignidade de nos fazer mais humanos, de passar por si, como um filtro, as coisas que nos chegam já como alegria de estar vivo. Mesmo as coisas difíceis. Eu sei que as minhas paixões, como pela Mafalda, são intensificadas por esse lirismo estragador da poesia, mas prefiro estragar-me todo de amores a viver na inércia afectiva de não amar nada nem ninguém.”

Valter Hugo Mãe – poema para o Bruno Vitória, biografia imaginária in JL nº1028

quinta-feira, 18 de março de 2010

Árvore

Apareço por aqui para escrever sobre as últimas desventuras. O carro não voltou a avariar – boa – a chuva deixou de cair – great – a casa, aos poucos, vai ganhando o meu cheiro, o cheiro da minha terra, o cheiro dos caminhos que percorro quando não estou aqui, o cheiro do meu chão onde eu pudesse espalhar pequenas sementes que um dia, quem sabe, se tornassem raízes profundas como as da árvore que sombreia a casa que ainda é minha mas da qual agora só posso sentir saudade.
Olho através da janela e vejo árvores valiosas que aos poucos rejuvenescem com a chegada da primavera anunciada. Delineio as estórias de quem por aqui passou sem se dar conta destas fiéis espectadoras de enredos, tramas, romances… vidas que por aqui passaram, e já são muitas, e que fazem com que este local seja o que exactamente é, e não outro qualquer.
Os lugares são feitos pelas pessoas que os habitam e por todas as outras que os habitaram e que partiram, mas que permanecem na memória de alguns, ou no caso de uma simples árvore aqui plantada… quem terá plantado esta árvore? O que estaria a pensar quando a deu à terra? Lembrar-se-ia, por ventura, que a sua árvore iria viver muito mais tempo do que ele? Quem dela tomará conta? Quantos olharão para ela e a contemplarão como um monumento, um elogio à própria mãe natureza… o dia da árvore vem aí… e é com orgulho que digo que já plantei algumas!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Thought for the day...

A amizade não é como o petróleo, que é caro e se esgota e se vende em bombas self- service. A amizade é como uma torneira aberta, corrente de ar. Toma lá, aceita o meu presente, deposito-o nas tuas mãos, ajuda-me a merecê-lo.

José Luís Peixoto in JL 28 Janeiro 2009 (nº1000)

quarta-feira, 10 de março de 2010

Um poema que me ficou na memória dos bons velhos tempos...

S. Leonardo de Galafura


À proa dum navio de penedos,
A navegar num doce mar de mosto,
Capitão no seu posto
De comando,
S. Leonardo vai sulcando
As ondas
Da eternidade,
Sem pressa de chegar ao seu destino.
Ancorado e feliz no cais humano,
É num antecipado desengano
Que ruma em direcção ao cais divino.


Lá não terá socalcos
Nem vinhedos
Na menina dos olhos deslumbrados;
Doiros desaguados
Serão charcos de luz
Envelhecida;
Rasos, todos os montes
Deixarão prolongar os horizontes
Até onde se extinga a cor da vida.


Por isso, é devagar que se aproxima
Da bem-aventurança.
É lentamente que o rabelo avança
Debaixo dos seus pés de marinheiro.
E cada hora a mais que gasta no caminho
É um sorvo a mais de cheiro
A terra e a rosmaninho!


Miguel Torga in Diário IX

segunda-feira, 8 de março de 2010

Alentejo

A luz que te ilumina,
Terra da cor dos olhos de quem olha!
A paz que se adivinha
Na tua solidão
Que nenhuma mesquinha
Condição
Pode compreender e povoar!
O mistério da tua imensidão
Onde o tempo caminha
Sem chegar!...


Miguel Torga, 1974, in

"Antologia Poética"

quarta-feira, 3 de março de 2010

Pensamento do dia...

Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes; mas não aprendemos a simples arte de vivermos juntos como irmãos.
(M. Luther King)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Pensamento do dia...

A vida é em geral alegre. O que nos torna injustos em relação a ela é que a alegria não é recordada. Ao contrário, a inquietude, essa, permanece.
(Paulhan)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

1 ano...

Só hoje me apercebi que esta porta se abriu há um ano...

mood of the day...




We don't try (Chris Garneau)

You say your on a diet,
cos the thing that don't work out right,
But you don't even try,
though neither do i

And neither do my friends,
though some of them pretend,
and it's easy if you cry,
cos you feel bad for yourself.

I think about my friend who died,
And how her kids didn't get to say goodbye,
though neither did i,
no neither did i.

And neither did my friends,
though some of them pretend,
and its easy if you cry,
cos you feel bad for yourself.

If you pretend everythings fine,
i won't hurt myself or lie,
to you or mom or dad,
just pretend that i'm not sad.

And we'll work everthing out,
even all the stuff we don't talk about,
it would be easier if we cried,
we'd feel bad for ourself's.

It's supposed to snow tonight,
I hope the forecast is right,
cos in the morning i sleep in till i like,
and if it snowed outiside it would feel so nice in here

domingo, 24 de janeiro de 2010

Música do dia

Sem título

Quem me tirou o chão?
Quem me tirou a vontade de escrever
Estas linhas que hoje escrevo?
Quem se enganou no caminho
Sem nunca ter partido?
Que sangue é este que me corre nas veias?
Que desejo é este que ainda move o meu corpo?
Não mo digas…
Devolve-me à vida.